De influencer a alvo da internet, foi o que se tornou Felca, o criador de conteúdo, quando publicou seu vídeo intitulado “Adultização”. Nas últimas semanas, ele provocou uma comoção geral e de fato virou alvo da internet.

Antes conhecido por vídeos de humor e análises de tendências da web, Felca deu um passo ousado ao apontar o dedo para práticas que, segundo ele, estavam sendo pouco vistas — ou tratadas como normais nas redes sociais. Logo de cara, seus argumentos acenderam debates e expuseram fissuras profundas no ecossistema digital brasileiro.
🧩 Quem é Felca e como ele chegou até aqui
Felca, cujo nome real é Felipe Bressanim Pereira, veio de Londrina (PR) e construiu sua carreira digital com lives, humor, críticas à cultura dos influenciadores e paródias foi de influencer a alvo da internet.
Até esse momento em que resolveu se dedicar a uma causa séria ,a “adultização” de crianças nas redes,sua imagem era mais leve.
Essa nova fase muda o tom, o alcance e o alvo.
🎥 O vídeo que virou viral e o motivo
O estopim se deu com a publicação, em 6 de agosto de 2025, de um vídeo de quase 50 minutos no canal de Felca, denunciando o que chama de “adultização” de crianças e adolescentes nas redes sociais — ou seja, menores expostos, direta ou indiretamente, a situações de sexualização ou exploração.
Nas primeiras horas, o vídeo já tinha milhões de visualizações; dias depois, ultrapassou dezenas de milhões.
Mas por que esse conteúdo “explodiu”?
Basicamente, porque ele falou de algo que muita gente via, mas poucos articulavam: perfis que usam crianças para engajamento, algoritmos que amplificam essas postagens e o risco real para esses menores.
Além disso, o fato de uma figura de alcance já consolidado tratar o tema com seriedade agregou peso à mensagem.
🚨 As principais denúncias
No vídeo, Felca aponta casos específicos (como o do influenciador Hytalo Santos) e mostra como os algoritmos funcionam para impulsionar conteúdos com crianças em situações “adultizadas”.
Ele menciona o que chamou de “Algoritmo P” — o mecanismo pelo qual, segundo ele, a plataforma percebe interesse em determinados vídeos e entrega cada vez mais desse tipo de conteúdo.
Devido à gravidade das denúncias, o criador passou a andar com carro blindado e segurança, considerando os efeitos diretos para sua vida pessoal.
💥 Por que isso importa e qual o impacto
Primeiramente, o caso traz à tona uma ferida séria da sociedade digital: a exposição infantil.
Além disso, o tema, antes restrito a nichos, agora alcança grandes plataformas de notícia, o Legislativo e a opinião pública.
Em segundo lugar, ele evidencia a responsabilidade das plataformas tecnológicas — as “big techs” — e da sociedade em regular, proteger e agir.
A pesquisadora Biana, da USP, declarou que “os algoritmos não estão aí para garantir um ambiente saudável; foram criados para prender a atenção — e isso tem consequências”.
Logo após o vídeo viralizar, projetos de lei foram impulsionados no Congresso com foco em “adultização digital” e exploração de crianças nas redes.
Ou seja, o viral não ficou apenas na internet — teve repercussão institucional.
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⚖️ Críticas, riscos e contracorrente
Como todo grande fenômeno, houve vozes contrárias.
Entre as críticas, há quem diga que Felca “seguiu” perfis de menores para compor seu vídeo, o que gerou controvérsias.
Outros, por sua vez, alertam para o risco de judicialização excessiva, estigmatização de influenciadores mirins ou choque entre liberdade de expressão e proteção infantil.
Ademais, especialistas lembram que focar apenas nos algoritmos ou nas marcas de “adultização” pode simplificar demais o problema.
O grande desafio está na estrutura — economia da atenção, monetização de público e ausência de filtros eficazes.
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🔮 O que muda daqui para frente
Agora que o “gatilho” foi puxado, várias frentes se abrem:
•Plataformas: maior pressão por moderação proativa, transparência nos algoritmos e alertas visíveis sobre conteúdos com menores.
•Criadores de conteúdo: necessidade de repensar o envolvimento de crianças em publicações e avaliar aspectos morais, legais e éticos.
•Pais e responsáveis: atenção redobrada à exposição infantil, considerando privacidade e repercussões futuras.
•Legislativo e jurídico: avanço em projetos que estavam parados e agora ganham força devido à repercussão social.
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🌐 Por que esse caso merece atenção
Esse episódio conecta temas que tocam o digital, a infância, a cultura de influência e a ética — tudo em um único fenômeno.
Mostra também como um vídeo viral pode transformar narrativas, expor problemas ocultos e provocar mudanças reais.
Além disso, esse tipo de conteúdo desperta discussões profundas entre os leitores: o que é permitido? Qual o limite entre entretenimento e exploração? E como agir como espectador, criador ou pai?
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🧭 Conclusão
Em resumo, o percurso de Felca — de influencer a alvo da internet — evidencia o poder e o risco das redes sociais.
Sua visibilidade foi transformada em palco para um debate urgente: a “adultização” de menores nas plataformas.
Enquanto o Brasil se volta para esse tema, plataformas, legisladores e usuários são chamados a repensar seus papéis.
Afinal, mais do que viral, esse vídeo pode estar abrindo uma porta para mudança — e, por isso, é um dos momentos mais marcantes da cultura digital no país em 2025.